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“Prêmio Nobel” de Economia: Não falha nunca!

  • Foto do escritor: Remo Bastos
    Remo Bastos
  • 18 de out. de 2024
  • 2 min de leitura

Atualizado: 27 de nov. de 2024



O Prêmio Sveriges Riksbank de Ciências Econômicas em Memória de Alfred Nobel (indevidamente denominado “Prêmio Nobel de Economia”, veja aqui porque) de 2024 foi concedido dia 14/10/2024 aos economistas Daron Acemoglu, Simon Johnson e James A. Robinson (doravante AJR) por estudos sobre como as instituições são formadas e afetam a prosperidade, e "nos ajudaram a entender as diferenças de prosperidade entre as nações", segundo a organização que concede a comenda.


Corroborando minhas usuais advertências sobre o papel ideológico desempenhado por essa premiação, a saber, de legitimação do ideário neoclássico, não tardou (quatro dias apenas após a premiação) a aparecerem manifestações críticas de eminentes economistas ao arcabouço teórico exposto no texto escrito pelos laureados.


Jostein Hauge chama atenção para a ausência de aspectos que não poderiam deixar de ser abordados em qualquer trabalho sério sobre a temática, dentre os quais o colonialismo, o imperialismo e a universalidade das instituições ocidentais. Leia aqui a sua crítica.


Mushtaq Khan faz uma forte crítica ao trabalho de AJR, destacando falhas metodológicas significativas e lançando luz sobre questões históricas mais profundas. Khan argumenta que o texto omite as realidades violentas do colonialismo de povoamento, retratando as instituições extrativistas que surgiram como meros erros econômicos em vez de reconhecer o racismo sistêmico e a brutalidade que elas acarretavam. O artigo pode ser lido neste fio do X.


Yuen Yuen Ang postou um fio no X explicando didaticamente porque o esboço das instituições no desenvolvimento ocidental delineado por AJR é historicamente impreciso, se não ideológico! Vale a pena conferir, aqui.


Jason Hickel postou um fio no X explicando que as colônias de colonos europeus se desenvolveram rapidamente não devido a "melhores instituições", mas por conta do apoio imperial e da extração de excedentes da periferia colonial. Leia o fio aqui.


Mais uma vez percebe-se que uma abordagem analítica rigorosa e crítica dos textos dos laureados por esse prêmio na categoria Ciências Econômicas sempre desvela o papel ideológico desempenhado pela referida premiação.



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©2020 por Remo Bastos.

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